Este Domingo Tirsense e Nacional disputaram o acesso aos quartos-de-final da Taça de Portugal, com a equipa da Madeira a conquistar esta vaga apenas no desempate por grandes penalidades (3 - 4). Após 120 mins bastante disputados e intensos o Tirsense foi um verdadeiro gigante e tem mais do que motivos para poder dizer que o verdadeiro tomba-gigantes foi o Nacional da Madeira.
Num estádio como não se via há já bastante tempo por Santo Tirso, com cerca de um milhar de adeptos, a equipa de Luís Miguel esteve durante longos períodos de tempo por cima do Nacional. Com uma boa circulação de boa, bastante organizada no terreno e com várias ocasiões de golo a diferença entre escalões passou despercebida em todos os sentidos. Na primeira metade da partida, e especialmente na primeira meia hora o guardião jesuíta não teve trabalho digno de registo. Numa exibição sem espinhas da defesa Tirsense, em especial na sua zona central, esta nunca deixou espaços por preencher, ganhou todos os lances aéreos e Rondon, Candeias e Mateus estiveram sempre em pouca evidência. Quanto ao sector atacante, Tiago André foi sem dúvida o grande dinamizar da estratégia Tirsense que ao contrário das previsões, pelos menos dos visitantes e de Pedro Caixinha, nunca passou exclusivamente pelo contra-ataque, mas sim pelo ataque organizado, encarando olhos nos olhos para um adversário que acabou por criar perigo por pouquissimas vezes e que em muito pouco ou nada justificou a passagem na eliminatória.
O jogo que se arrastou naturalmente para o prolongamento acabou mesmo por chegar mesmo à lotaria dos penaltis onde os insulares foram mais certeiros e carimbaram com muita sorte à mistura o acesso à próxima ronda da competição.
Apesar da derrota o Tirsense foi enorme e não deixou ninguém no estádio com a sensação que tinha ficado algo mais por fazer. Sem dúvida foi uma exibição de encher o olho e por muito que o resultado não esteja de acordo, pode claramente ser um excelente tónico para o que resta da temporada e para o que falta alcançar.
Nota final para os actos lamentáveis da equipa forasteira durante os festejos no final do jogo que em nada se pareceram com uma equipa de primeira.
Quanto ao árbitro da partida esteve bem em quase todos os lances da partida e nunca se deixou intimidar pela diferença de escalões entre as equipas. Ficaram apenas algumas dúvidas quanto a um golo anulado ainda na primeira parte a Vítor Hugo, por alegado fora de jogo, na sequência de um livre, muito contestado por todo o estádio e pelos jogadores jesuítas.
Onze inicial:
Pedro Albergaria; Barroso; Paulo Sampaio; Marco Ribeiro; Vilaça; Lio; Bruno Monteiro; Carlos Pinto (Pedro Fontes); André Soares (Pinheiro); Tiago André; Vítor Hugo (Correia)
Reações:
Luís Miguel (treinador do Tirsense)
"Quando chegamos aos penalties é uma lotaria, mas o Tirsense pelo que fez nos 90 minutos merecia mais. Até marcámos um golo, que, na minha opinião, não está fora-de-jogo. Se houvesse um vencedor seria o Tirsense. Parabéns aos meus jogadores que dignificaram este grupo. Provaram que as diferenças entre divisões no campo não se sentiram. Ambicionávamos passar e ir o mais longe possível na Taça. Tínhamos essa ambição e tínhamos valor para ambicionar isso e provámos isso no campo. Agora vamos focar-nos no campeonato." in: iol.pt
Paulo Sampaio (Capitão do Tirsense)
"Quando se falha sente-se tristeza, claro, mas no fundo estamos satisfeitos pelo bom jogo que a nossa equipa realizou. Infelizmente perdemos, mas acho que, durante o jogo, se houvesse um vencedor seríamos nós. Nos penalties é uma sorte e eles foram mais felizes. O meu penalty? Só falha quem vai lá marcar. Assumo a minha responsabilidade, claro. Este jogo não vai fazer diferença no nosso campeonato, porque jogamos bem. Foi bom defrontar uma equipa da I Liga, eu já tinha jogado contra o Paços de Ferreira e o Benfica, mas é sempre bom. E ainda por cima conseguimos fazer um jogo dentro daquilo que temos vindo a fazer no campeonato." in: iol.pt
Pedro Caixinha (treinador do Nacional da Madeira)
"Num jogo a eliminar tínhamos de estar preparados para tudo. O Tirsense entrou melhor foi agressivo nas segundas bolas. Tivemos alguns problemas nas bolas paradas. A segunda parte é nossa, tivemos boas oportunidades e também tivemos por cima no prolongamento, onde controlámos. Depois, chegado àquele momento [grandes penalidades], tudo poderia acontecer. Fomos felizes, mas trabalhámos para isso." in: iol.pt
foto: www.iol.pt
vídeo: F. C. Tirsense 0 - 0 (3-4 após grandes penalidades) C. D. Nacional (Santo Tirso.tv)
Sem comentários:
Enviar um comentário