Um arranque de época muito tardio, a construção de um plantel à base de
jogadores jovens, com pouca experiência e a falta de recursos financeiros não facilitam obviamente o trabalho de
qualquer treinador e o também inexperiente Artur Jorge "treinador" não foge à regra. O entrosamento ainda é pouco e apesar dos esforços
do capitão André Pinto, existe ainda alguma falta de liderança, ligação e confiança dentro da
equipa. É um facto que as condições encontradas em Santo Tirso não
foram as mais benéficas para um bom desempenho. Mas é facto também
que apesar disso e especialmente quem tem visto os jogos pode dizê-lo,
há qualidade no plantel e a margem de progressão até pode ser boa. Vejamos os casos de Mendonça e Zé Diogo. No
sentido oposto encontramos rapidamente jogadores que tem sido aposta
mas que exibiram até ao momento pouca qualidade dentro das quatro linhas, como por
exemplo Pedro Eira e Carlão. Nunca é de mais dizer que uma equipa não
vive apenas dos jogos, mas também do trabalho que faz nos treinos diários e que
escapam e não são contabilizados nas demais críticas efectuadas.
Abaixo ficam alguns dados estatísticos sobre este Tirsense:
- Média de idades da equipa tipo utilizada no F.C. Tirsense 2013/2014: 23 anos.
- Jogadores formados no Tirsense presentes no actual plantel: 3 (época passada: 8).
- Jogadores titulares que transitaram da época passada: 4 (Pedro Soares; André Pinto; Fabinho e Pedro Maurício)
- Jogadores emprestados por outros clubes: 6 (época passada: 1)
- Jogadores na 1ª época ao serviço do F.C. Tirsense: 18 (época passada: 12)
- Orçamento mais reduzido das últimas temporadas.
- Curriculo do treinador escolhido:
Famalicão - 2009/2010:
- 3 º classificado na III Divisão Nacional.
S.C. Braga "Júniores" - 2010/11/12
- 3º classificado em ambas as épocas (qualificando-se em ambas para a fase de Apuramento de Campeão)
S.C. Braga "B" - 2012/2013
- Rescindou com o clube após 9 jornadas, onde conseguiu apenas 4 pontos e nenhuma vtória.
É impossivel avaliar os resultados da equipa sem descrever também o comportamento do seu líder. A aposta, ainda que se calhar forçada em jovens, sobretudo em jogadores emprestados por outros clubes, com ambições a curto prazo, não ajudam na gestão das expectativas dentro do plantel e reflectem uma visão turva da realidade e dos objectivos do clube. Ora, ainda assim, as escolhas do técnico tem sido tudo menos pacíficas. Em equipa que ganha não se mexe, é verdade. Mas o sentido contrário também se aplica. Ou seja, se uma equipa não produz resultados e não vence há que mexer. A insistência nas mesmas soluções e a falta de aposta noutros valores e características não é a melhor forma de dar a volta ao panorama. Casos como Gil Dias, Barroso, Diogo Torres e Dédé suscitam muita dúvida quanto à sua não utilização, pois as suas qualidades encaixariam muito provavelmente nas necessidades actuais da equipa. Outro tema interessante e revelador do carácter e forma de liderar a equipa são as substituições. Esta parece ser uma das principais lacunas deste técnico. É bom não esquecer que na única vitória para o campeonato, até ao momento, as duas últimas substituições feitas já em desespero de causa, resultaram nos dois golos da vitória, mas "meter a carne toda no assador" em todos desafios não será certamente um sistema eficaz a longo prazo. A leitura feita durante o jogo e em tempo real, ressalvando algumas situações de ordem física, parecem sempre desfasadas e desajustadas da realidade da equipa. Vejamos o caso do jogo em Famalicão, onde a equipa até não se portou mal, mas a falta de criatividade, a lentidão de processos e o refrescar da equipa eram demasiado notórios para não se fazer nada durante 75 mins. Incrível. As alterações já dentro do último quarto de hora, todas depois das alterações da equipa adversária, reflectem claramente a falta de ambição para conquistar os três pontos e a pouca visão estratégica para as alterações que o jogo vai "sugerindo".
A solução de não arriscar para não perder é demasiado curta para o Tirsense.
Com tudo isto o Tirsense está e continua vivo. É preciso não esquecer o grande esforço do Presidente em manter o clube num patamar digno e a salvo de complicações.
Ainda assim é preciso mais querer, garra e sobretudo muito mais trabalho. A ver vamos o futuro deste Tirsense.
Força Tirso!!